quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Deu na Folha de SP


"Método que dá notas a alimentos de acordo com nutrientes benéficos e prejudiciais à saúde ajuda a orientar escolhas em supermercados norte-americanos.

Frutas e vegetais que receberam pontuação máxima (100) dos pesquisadores da Universidade Yale (EUA).

Em vez de buscar complexas informações nas embalagens durante a compra do mês, escolhem-se os alimentos por notas estabelecidas por um grupo de especialistas -quanto mais alta, melhor. No carrinho, vão todos os vegetais com nota cem -e o coco fica de fora, já que sua pontuação é 24. Para o sanduíche, presunto no lugar do salame, pois são 27 pontos contra 7. Parece bem mais simples, não? E já é um parâmetro para os consumidores escolherem alimentos em diversos mercados dos Estados Unidos.
Pesquisadores da Universidade Yale desenvolveram um sistema de pontuação de alimentos, o "Overall Nutritional Quality Index" (índice de qualidade nutricional global, em inglês), ou "NuVal System". Para chegar aos números, eles relacionaram mais de 30 elementos presentes nesses alimentos. A pontuação do produto foi estabelecida com a divisão dos teores de bons nutrientes, como vitaminas, fibras, minerais e antioxidantes, pelos níveis daqueles maléficos à saúde, como a gordura saturada, o sódio e o açúcar.Nenhuma surpresa no topo da lista: somente 15 vegetais e frutas receberam nota cem, já que os níveis de componentes pouco saudáveis são baixos nesses alimentos -perderam pontos aqueles com poucos nutrientes, como a alface americana (82), e com mais calorias do que os "concorrentes", como ocorreu com o maracujá (78). Mas somente o coco teve nota baixa nessa categoria, por conta de sua quantidade de gorduras -conseguiu somar apenas 24 pontos.A nota de partida das carnes foi mais baixa, pois elas contêm teores mais elevados de gorduras e, no caso dos embutidos, alta concentração de sódio. Por isso -e também porque os níveis calóricos ajudam a decrescer as notas-, os pesquisadores não recomendam que as pontuações sejam comparadas com outras categorias, mas sim que sejam referência na hora de escolher um produto de seu próprio grupo. Nessa categoria, o peito de peru sem pele foi o vencedor, com nota 48.Os últimos da lista são alimentos muito pouco nutritivos: refrigerantes e uma marca norte-americana de picolés para crianças, com somente um ponto, e torta de maçã e biscoito "cream cracker", com dois pontos cada.Além dos nutrientes, foi considerada a relação desses elementos com condições de saúde específicas. Por exemplo, a gordura trans tem forte associação com problemas cardiovasculares -o que pesa para diminuir a nota de um alimento.
Em contrapartida, a qualidade dos macronutrientes (gorduras, carboidratos, proteínas) e o índice glicêmico também foram considerados e contribuíram para melhorar a pontuação de alguns produtos. "Era claro que o consumidor médio poderia se confundir ao ler rótulos para identificar a escolha mais nutritiva. Esse sistema possibilita às pessoas que melhorem sua dieta e saúde, com informação especializada de uma só vez", afirmou à Folha o especialista em medicina preventiva David Katz, líder do trabalho e diretor do Yale Prevention Research Center.Com base nessas informações, é possível entender por que o bacon -vilão para quem quer controlar o colesterol- está à frente do chocolate amargo e do pão branco. "O bacon fornece proteína, então pode ter maior valor nutricional do que o pão. Alguns chocolates amargos serão melhores do que o bacon, outros, piores. Tudo depende do coeficiente total de benefícios contra nutrientes ruins", argumenta Katz. Estão sendo analisados cerca de 50 mil alimentos in natura e industrializados. Para aqueles que já foram estudados, de acordo com Katz, há notas disponíveis ao lado da etiqueta de preços nas gôndolas ou em panfletos em vários supermercados americanos.A idéia de ressaltar os nutrientes gerais dos alimentos agrada à nutricionista Virgínia Nascimento, vice-presidente da Asbran (Associação Brasileira de Nutrição). "Essa pesquisa objetivou a prevenção e o tratamento de doenças crônicas, quando se avaliou o aumento do consumo de alimentos industrializados e a diminuição dos naturais. Os pontos tornam mais claro o papel de cada alimento para o organismo e não consideram somente componentes alimentares que geram calorias", diz.Ajuda, mas não bastaAinda que seja uma ferramenta eficiente para fazer boas escolhas alimentares, o sistema de notas não é suficiente, argumenta Tatiana Scacchetti, nutricionista clínica do Hospital Israelita Albert Einstein. "É um método razoável, mas nunca será possível preencher todas as necessidades nutricionais em um alimento, nem em dez. É preciso saber para que um alimento é bom ou o que traz de ruim", diz. Mais do que comparar um alimento com outro, o consumidor precisa saber montar um cardápio equilibrado, que englobe todos os grupos alimentares.Nessa mesma linha, o método de Yale apresenta ainda outro problema: ocasionar limitação do consumo de produtos que fornecem substâncias importantes e não trazem riscos a pessoas saudáveis. "Não podemos condenar os alimentos. Por que não comer coco se não tenho colesterol alto? Por que não consumir pão branco se não tenho diabetes? O sistema de notas engessa o poder do alimento. A escolha deve levar em conta o estilo de vida da pessoa", diz a nutricionista Rosana Perim, gerente de nutrição do HCor (Hospital do Coração).Para ela, a pirâmide alimentar ainda é a melhor forma de fazer boas escolhas. Ao separar alimentos por grupos e indicar as porções diárias, esse sistema ajuda o consumidor a planejar suas refeições.Na base da pirâmide estão fontes de carboidratos, como cereais e tubérculos, que devem ser ingeridos em maior quantidade, e no topo estão doces e gorduras, que não devem passar de duas porções por dia."O que eu acho interessante em um plano alimentar é um guia que sugira a ingestão diária por grupos, porque não concordo com a idéia de comparar todos os alimentos", afirma Perim.Enquanto não há sistema semelhante no Brasil, três nutricionistas elaboraram, a pedido da Folha, uma lista com dez alimentos que consideram essenciais à dieta. Procure incluí-los com freqüência no carrinho do supermercado. "

Alguma novidade?!
Fala sério, somos todos adultos para saber o que vai bem e o que não vai bem no carrinho...

Um comentário:

Selma disse...

Aninha, essa pesquisa é bem tendenciosa, e voltada puramente ao estilo de vida americano. Não a condeno, porque eles tentaram levantar a bandeira vermelha sem tirar totalmente do prato as coisas que fazem parte da cultura deles. Enfim, é válida para que eles tentem colocar um pouco mais de verdinhos na dieta!
Acho que eu não te falei, mas tenho um diário da gravidez: selmafelice.wordpress.com. Passa lá!
E é menina! Como a sua!
Bjs!